Maschinenpistole 43 ou Sturmgeschütz 44

MP43. Cortesia de colecionador da 2ª Região Militar. Vedada sua reprodução.

Calibre 7.92mm Curto (7,92×33)
Peso: 5,22 g
Cano 42 CM de comprimento, 4 raias; torção à direita
Sistema de alimentação por carregador removível de 30 rodadas
Sistema de operação Gás; ferrolho de inclinação
Fabricantes:  C. G. Haenel Waffen-und Fahrradfabrik, Suhl; Giepel GmbH, Waffenfabrik Erma, Erfurt; Carl Walther; Mauserwerke AG, Oberndorf

Embora grande parte dos amantes da militaria acredite que o MP43, também conhecido como Sturmgewehr 44 seja fruto unicamente da Segunda Guerra Mundial, sua criação e projeto se iniciou ainda na década de 1930, onde o exército alemão passou algum tempo avaliando os requisitos básicos para um rifle de infantaria e chegou à conclusão de que o cartucho de rifle tradicional era desnecessariamente grande e poderoso, uma vez que da análise ficou comprovado que a grande maioria dos conflitos entre infantarias ocorriam em curtas distâncias (de 200 a 500 metros).

O número de série da arma foi borrado para atender orientação do colecionador.

Como resultado, o Deutsche Waffen & Munitionsfabrik começou a desenvolver um subtipo de calibre 7mm, encabeçado por Polte de Magdeburg, uma vez que referido calibre era padrão, favorecendo a criação de um cartucho idêntico ao adotado pela Wehrmacht, porém mais curto do que o cartucho normal, características que simplificavam a produção, já que a maior parte do trabalho poderia ser feito na maquinaria existente na Alemanha.

Detalhes da caixa original do calibre 7,92×33 expedida em 1944. Cortesia de colecionador da 2ª Região Militar.

Com o design do cartucho efetivado, foram iniciados os contratos com Carl Walther e Haenel para a produção de rifles adequados. As armas resultantes eram conhecidas como o Maschinenkarabiner 42 – MkB42 (H) e MkB42 (W). O projeto Walther (W) usou um pistão de gás anular que circundava o cano para operar um ferrolho basculante, enquanto o padrão Haenel usava um cilindro de gás e pistão mais convencional montado abaixo do cano, também operando um ferrolho basculante. Cerca de 4000 do Walther e 800 do modelo Haenel foram produzidos em 1942 – 1943 e emitidos para unidades selecionadas na Frente Oriental para avaliação. Como resultado de seus relatórios, o padrão Haenel foi selecionado para desenvolvimento adicional, particularmente no que diz respeito à simplificação para produção em massa, e o projeto finalizado foi emitido como a MaschinenPistol 43. A nomenclatura “MaschinenPistol” não surgiu de qualquer tentativa de qualificar corretamente a recém criada arma, mas foi devido a políticas internas do III Reich. O desenvolvimento começou sob o nome de “MaschinenKarbiner”, como vimos com o MkB42, mas, apesar dos relatórios favoráveis ​​dos julgamentos e testes em campo de batalha, Hitler rejeitou a arma porque esse tipo de arma diminuiria o alcance para armas de infantaria, além de importar na diferenciação do cartucho padrão 7,92×57, baseando essa decisão em suas alegadas experiências na Primeira Guerra Mundial. Mesmo diante dos argumentos dos supervisores de armas do III Reich, os quais informavam que a necessidade de adoção da MkB42 estabeleceria um padrão intermediário entre as MaschinenPistols em calibre 9×19 e os Fuzis em 7,92×57, o que não foi suficiente para a aquiescência do Führer. Ademais, baseando-se na declaração de Hauptdienstleiter Saur, então chefe do Gabinete Técnico do Ministério das Munições da Alemanha, “também foi rejeitado com o argumento de que havia, no momento, 9 milhões  de rodadas de padrão 7, munição de 92 mm em estoque, e ninguém assumiria a responsabilidade de que estes se tornassem inúteis”. Diante das fracassadas tentativas de obter a aprovação de Hitler para a produção em massa das MP43, o Escritório de Armas do Exército, portanto, abandonou a nomenclatura MkB42 e continuou o desenvolvimento sob o disfarce de “Machine Pistol 43” (MP43). Eventualmente, a experiência com os primeiros modelos do MP43 que foram enviados para testes na Frente Russa levou a demandas clamorosas do resto do Exército e o Escritório de Armas em um movimento político magistral, armou o pessoal do Destacamento da Guarda de Hitler com as novas armas. Isso finalmente convenceu Hitler de sua utilidade e, após uma demonstração prática de um ataque – foi batizado oficialmente como “Sturmgewehr” ou “Rifle de Tempestade”, originando o termo “Rifle de Assalto”, que desde então se associou à essa classe de arma.

O MP43 foi uma das primeiras armas alemãs em que a produção foi colocada antes do acabamento, sem importância em relação à aparência fina ou tolerâncias íntimas, exceto onde eram vitais. Na verdade, o design original (por Hugo Schmeisser) teve que ser consideravelmente modificado pela Merz Company de Frankfurt, que era especialista em aperto e estampagem de metais, tudo para possibilitar a produção em prensas simples.  No entanto, o design foi excepcionalmente robusto e confiável. Um relatório alemão afirmou: “De todas as armas de infantaria, o Sturmgewehr foi o único que sempre trabalhou inobjetivamente na sujeira, frio e neve da Rússia, não teve falhas e foi resistente às paralisações”.

Apesar disso, um contrato foi emitido em 1944 para desenvolver uma arma ainda melhor, conhecida como Sturmgewehr 45. Numerosos projetos foram apresentados, sendo o mais bem sucedido o de Mauser-Werke. Mas a guerra terminou antes que o desenvolvimento fosse muito avançado; o design foi levado mais tarde para a Espanha e se desenvolveu para o rifle CETME, e depois retornou à Alemanha, onde foi melhorado consideravelmente, sendo produzido pela empresa Heckler & Koch, além de ser o rifle padrão da Bundeswehr (FORÇAS ARMADAS DA ALEMANHA), e amplamente utilizado em todo o mundo.

 

O fundador do site Armas Históricas é Advogado. Colecionador da 2ª RM. Estuda armas de fogo e artefatos militares e seu impacto e relevância para os dias atuais. Também é entusiasta e participa de encontro entre colecionadores do Brasil e exterior. Sócio da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo no Estado do Rio de Janeiro.


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