38-H Sauer a pistola essencialmente nazista

A Sauer 38-H foi uma arma tipo pistola semiautomática desenvolvida e utilizada pela Alemanha Nazista. Foi desenvolvida pela empresa JP Sauer & Sohn com sede em Suhl para abastecer o mercado civil e militar.

A empresa buscava o desenvolvimento e aperfeiçoamento de uma pistola capaz de equiparar-se às famosas pistolas PP e PPK da empresa Walther e definitivamente ultrapassar o prestígio das pistolas Luger S/42 finamente construída pela empresa Mauser-Werke Oberndorf.

A 38-H Sauer definitivamente superou todas as expectativas e gozava de enorme aceitação por parte dos militares do III Reich de Hitler. Seu desenvolvimento se iniciou no ano de 1937 e sua efetiva entrada no mercado se deu no ano de 1938.

É curioso o fato de que a pistola 38-H Sauer  foi uma das únicas pistolas cujo final da produção encerrou-se logo após o término da Segunda Guerra Mundial. Foram produzidas de 1938 a 1945. Essa curta produção faz das pistolas 38-H Sauer item extremamente colecionável e histórico, fonte de fascínio entre os colecionadores militares.

A designação 38-H não possui correlação com o calibre .38. O “38” designa o ano da fabricação. A letra “H” indica que o martelo/cão da arma é interno, pois vem da palavra “hammer” que em alemão significa martelo.

Estudiosos do tema dividem a produção da pistola 38-H em inúmeras variantes e subvariantes. Entretanto, o modelo da pistola e o projeto não sofreram significativas modificações do início ao final da produção em 1945. As variantes produzidas contam com a alteração em pequenos detalhes, como marcas de prova, carimbos e supressão da trava de segurança.

É possível verificar no guarda-mato a marca nazista waffenamt. Nas pistolas Sauer 38-H o selo de inspeção nazista consistia em uma águia aposta sob o número 37. Isso significa que a pistola estava aceita para utilização pela Wehrmacht durante a Segunda Guerra Mundial.

No ano de 1945 as forças aliadas tomaram a fábrica da JP Sauer e impediram a continuidade da produção.  Dessa forma, a pistola atinge alto grau de procura entre colecionadores de armas, sobretudo da Segunda Guerra Mundial.

Utilizava o calibre 7,65 milímetros e um carregador monofilar de 8 cartuchos removível por aperto de botão semelhante à pistola Colt 1911, abandonando os velhos conceitos de carregador europeu removível por aperto inferior.

Ao lado se pode verificar a Definitive Mark – Nitro, que é uma marca de prova da pistola nazista.  Conta com a inscrição de uma águia aposta sob a letra “N”, o que significa que a pistola foi disparada com uma carga de pólvora superior ao recomendado, estando apta a disparar capacidade máxima para seu calibre.

No início da produção civil (1938) a pistola não contava com trava de segurança. Afirmam especialistas em referida arma que a fabricante JP Sauer confiava integralmente no sistema Cock/Decok de armar e desarmar. Com isso , quando se desarmava a pistola, a mesma se assemelhava a um revólver, o que não justificaria o uso da trava. O mais impressionante nessa pistola e que justificou a compra pela Wehrmacht (conjunto de forças armadas da Alemanha Nazista) de aproximadamente 240.000 pistolas era o avanço representado pelo sistema de armar e desarmar a pistola por meio de uma alavanca situada na lateral direita (Cock-/Decock-lever). Assim o atirador poderia deixar uma bala na agulha e desarmar o fire pin por meio do polegar direito da mão direita. Para atirar bastava armá-lo com o polegar ou simplesmente pressionar o gatilho que também funcionava em ação dupla. Seu sistema, portanto, superava na opinião de muitos a própria P-38 da Walther.

Entretanto, para não deixar a pistola aquém de suas concorrentes da Mauser e da Walther foi inserida a trava de segurança em praticamente todas as pistolas do período de guerra. Somente a partir do número de série aproximando-se dos 490.000 a trava foi retirada para simplificar a produção, vez que a Alemanha necessitava do máximo esforço de guerra. Todos os modelos militares da pistola não possuem acabamento fino e polido, piorando seu acabamento nos períodos próximo ao final da guerra, contando com péssimo acabamento, marcas de usinagem e qualidade inferior aos modelos iniciais.

A pistola 38-H Sauer era a queridinha dos pilotos da Luftwaffe (Força Aérea Alemã) devido a sua pequena dimensão.

Possuía peso de 729 g, comprimento do cano de 86 milímetros, calibre 7,65 Browning.

Seu sistema de dupla ação permitia armar e desarmar a pistola por meio do polegar (decocking por alavanca). Possuía mira fixa, capacidade de 8 cartuchos em carregador monofilar.

Muitos consideravam o calibre 7,65 fora de uso para os padrões militares da época da Segunda Guerra Mundial. Entretanto, a grande maioria das pistolas europeias utilizavam o referido calibre para uso militar de seus países. Não foi diferente com a Alemanha. O Exército Alemão não necessitava de uma arma curta para disparar poderosos projéteis, vez que a pistola serviria apenas como “arma reserva” e de “proteção pessoal”, já que dispunham de uma série de fuzis e submetralhadoras para combate.

O contrato com a Wehrmacht

Logo no início da produção em 1938 a empresa JP Sauer ingressou na concorrência para tentar manter contrato militar de fornecimento de armas para a Wehrmacht. Todavia, a empresa Walther venceu a concorrência e manteve contrato para o fornecimento das pistolas P-38.

As pretensões hegemônicas de Adolf Hitlher e a necessidade de uma maior ofensiva militar tornavam inesgotáveis os esforços de guerra e, assim, no fim de 1939 e início de 1940 a JP Sauer foi contratada para o fornecimento de pistolas 38-H para o III Reich.

Segundo o site Pistols of the German Wehrmacht, as primeiras pistolas fornecidas para a Wehrmacht iniciaram-se em torno do número de série 270.000 e terminaram em aproximadamente 507.000 com a ocupação no início de maio de 1945 da fábrica da JP Sauer pelo Exército Vermelho de Stalin.

São desconhecidos os motivos pelos quais o número de série da pistola 38-H começou com tão elevado número de série, já que a empresa não havia produzido essa quantidade de pistolas tanto para uso comercial quanto para as Polícias de Berlim antes de iniciar o fornecimento de armas para a Wehrmacht no início de 1940.

Especula-se que seria mais uma das maneiras de enganar os aliados, já que a Agência responsável pela supervisão, rastreamento, aprovação e inspeção das armas da Wehrmacht era a Heereswaffenamt. Essa Agência lançava mão de vários códigos que deveriam ser carimbados nas armas destinadas às forças alemãs em substituição ao nome das fábricas. Não seria difícil, portanto, imaginar que a referida Agência, por motivos desconhecidos, tenha determinado que a JP Sauer iniciasse sua produção militar com a Wehrmacht a partir daquele elevado número de série.

O que causa estranheza e torna a pistola 38-H diferenciada de outras armas nazistas é que a Agência de armas alemã não determinou a supressão do nome da fábrica da JP Sauer da lateral esquerda da maioria das variantes da pistola, como o fez com a S/42, com a P-38 e várias armas daquele período.

Todas as armas produzidas em países ocupados pelos alemães, assim como as produzidas na própria Alemanha no período de guerra tiveram modificações para não permitir a identificação do local de sua produção. Especulasse que seria de propósito essa manutenção do nome da fábrica na pistola Sauer 38-H, o que aliado ao grande número de série estampado, causaria certo temor no exército aliado, principalmente por ver a evolução das armas nazistas. Toda forma de baixar a moral dos aliados e impor a supremacia alemã era necessária. Também há estudiosos estrangeiros que dizem o contrário. Asseveram que a pistola Sauer, por ser arma de curto calibre e manter destinação mais como arma reserva, não haveria a necessidade de realizar a supressão do nome do fabricante.

Sem dúvida à frente de seu tempo, a pistola 38-H Sauer é considerada na opinião de muitos especialistas como obra-prima da engenharia militar alemã. Jamais produzida desde o final da Segunda Guerra Mundial, seu sistema de engatilhamento por alvanca e seu uso em ação dupla permitiria o desenvolvimento de muitas armas até hoje utilizadas, mudando o conceito das pistolas modernas.

Atualmente, o preço médio das pistolas 38-H, no Brasil, supera o valor das pistolas Walther, sendo item raro de coleção. Isto porque embora tenham sido fabricadas aproximadamente 235.000 pistolas (para as forças armadas da Wehrmacht e para o uso da Polícia de Berlim), outros países com tradição de colecionar abrigam grande parte do acervo mundial, como é o caso dos EUA e do continente Europeu.

O catálogo de armas colecionáveis lançado pela 2ª Região Militar do Estado de São Paulo, por meio do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC), cediço da importância da pistola Sauer 38-H, autorizou sua inclusão como item de valor histórico, o que pode ser visto pelo endereço: www.2rm.eb.mil.br/portalsfpc/files/geral/catalogo_de_armas_2RM-V1.5_03MAR17.pdf

Waffenamt (WaA): a marca de inspeção nazista

Embora a Agência de armas do exército alemão Heereswaffenamt tenha sido criada e aperfeiçoada entre 1919 e 1922, foi a partir do início do rearmamento da Alemanha com os planos do ditador Adolf Hitler, que o waffenamt foi redirecionado para atender a finalidade da guerra.

Waffenamt nada mais é do que a marca de inspeção e aprovação no armamento para a utilização pelas forças armadas da Alemanha. Ele era aplicado geralmente na forma de uma águia seguida de WaA em conjunto com letras e números em diferentes partes de uma mesma arma. Esse código designava o local, a data e a fábrica onde a arma era produzida. Essa foi a maneira que os alemães conseguiram dificultar a localização das fábricas às forças aliadas, impedindo ou mesmo dificultando um eventual bombardeio sobre o local de produção militar do III Reich.

Nas pistolas nazistas Sauer 38-H o selo de inspeção e registro da arma tem a característica primordial de conter a águia aposta sob o número 37, o que indica sua produção entre 1939 e 1944 na cidade alemã de Suhl, localizada no Estado da Turíngia. Vejamos:

Waffenamt Code Manufacturer Code Manufacturer Type Location Notes
WaA37 147 Sauer und Sohn Suhl 1939-40
WaA37 CE Sauer und Sohn Suhl 1941-44

Exemplar da pistola integralmente desmontada. Seu sistema era simplificado e operava por meio do um cano fixo à arma em sistema de operação que dispensava a trava da culatra. O mecanismo interno da pistola 38 H Sauer se manteve inalterado durante toda sua produção de 1938 a 1945. Em seu interior constava a inscrição dos três últimos dígitos do número de série. Sob o cano e na lateral direita da pistola havia a marca de prova “águia N”. Muitos colecionadores estrangeiros pensavam que a marca “N” tratava-se da abreviatura da palavra alemã: “Nazi”. Entretanto, apenas indica o termo “Nitro”, onde demonstra que o armamento foi testado e está apto a disparar munição com carga máxima. À essa “águia/N” dá-se o nome de “Definitive Mark – Nitro”.


As variantes de uso militar

A pistola alemã Sauer 38-H é considerada uma obra prima da engenharia militar alemã e está inserida como arma histórica cuja preservação deve ser de interesse da própria administração pública. Os colecionadores de armas devem receber total apoio do Estado para garantir que pistolas como essa possam ser admiradas pelas futuras gerações, seja pelo avanço tecnológico apresentado pela época ou por seu uso nas forças armadas do III Reich. Pistolas como essa, com absoluta certeza guarneciam os coldres de soldados alemães durante a luta dos soldados brasileiros da FEB (Força Expedicionária Brasileira) na ruptura da linha gótica para a coquista do Norte da Itália na Segunda Guerra Mundial.

Muito provável que esse tipo de pistola tenha sido utilizada em batalhas corpo a corpo entre alemães e brasileiros entre 1944 e 1945. Muitas dessas pistolas podem ter chegado ao Brasil como troféus/souvenir de guerra.

Na verdade não houve alteração no modelo da pistola. O colecionador deverá observar singelos detalhes para adquirir uma arma dessa categoria, já que pequenos detalhes farão grande diferença no valor da arma. O que temos são apenas simples variações sem detalhes significativos na pistola. Porém, no mundo do colecionador apenas uma marca de prova ou simples detalhe realizado pelo sistema de armas alemão altera significativamente o preço de uma arma como essa.

Abaixo iniciaremos a análise das principais mudanças em pequenos detalhes da pistola Sauer. Estas singulares modificações determinam o o grau de raridade dessas pistolas. Veremos que existem 4 (quatro) variações. Dentro da 3ª variação temos duas subdivisões. Vejamos.

1ª Variante do contrato com a Wehrmacht

Essa variante apresenta duas vezes a marca de aceitação da Wehrmacht “águia/37” “águia/37” junto ao guarda-mato esquerdo. Repare que além de duas marcas de aceitação do Exército Alemão, temos carimbado à esquerda o nome do fabricante “JP. Sauer & Sohn, Suhl Cal. 7,65”. À direita da pistola temos a inscrição “Patent” e o número de série próximo à Definitive Mark – Nitro, que também consta próximo ao início do cano. Temos também à esquerda a trava de segurança. Esse modelo de pistola é considerado raríssimo devido à produção de somente 1.000 (mil exemplares). A variação militar de número 01 foi fabricada entre 1939 e 1940 e foi produzida entre os números de série 271.456 a 273.082. Assim, caso o colecionador se depare com uma pistola de elevado número de série com duas marcas de aceitação nazista no guarda-mato estará diante de uma falsificação. Abaixo, temos um exemplar original. Percebam que o número de série está entre os números 271.456 a 273.082, o que demonstra não se tratar de falsificação.

Nesta foto podemos ver as duas marcas de prova, uma ao lado da outra. Exemplar raro.

2ª Variante do contrato com a Wehrmacht

Já a segunda variante não é considerada tão rara quanto o primeiro modelo, já que foram fabricados 30.000 exemplares.

Consta no guarda-mato do lado esquerdo apenas uma marca de aceitação da Wehrmacht “águia/37”. Pistolas com duas marcações somente foram produzidas aquelas mencionadas na variante nº 1. Por isso o primeiro exemplar é mais valioso.

Repare que as variações vão ocorrendo a partir da elevação do número de série das pistolas. Na variação nº 2, além de uma única marca de aceitação do Exército Alemão, temos carimbado à esquerda o nome do fabricante “JP. Sauer & Sohn, Suhl Cal. 7,65”. À direita da pistola temos a inscrição “Patent” e o número de série próximo à Definitive Mark – Nitro, que também consta próximo ao início do cano. O número de série, assim como na variação 01 está do lado direito e a trava de segurança fica à esquerda da arma. Portanto, a única diferença com o modelo da variação nº 1 é a supressão de uma das duas marcas de prova, pois até o número de série se mostra estampado no mesmo lugar (lado direito). Essa variação de número 02 foi fabricada entre os números de série 273.083 a 332.000. Abaixo temos um exemplar com número de série 287.617, o que demonstra condizer com os detalhes do período e evidencia a originalidade da peça.

3ª Variante do contrato com a Wehrmacht: Subvariante 01 e 02

Subvariante 01

A variação número 03 foi uma das mais produzidas entre 1943 a 1944. Seu número de série se inicia em 332.001 a 484.000. A variante nº 3 se subdivide em duas subvariantes. Dentro da subvariante nº 1 não temos muito o que destacar. O número de série está estampado do lado direito da pistola assim como nas outras variantes. Temos a produção de 30.000 exemplares dentro dos números 332.001 a 484.000. Do lado direito da pistola temos a inscrição “Patent”, o número de série e a Definitive Mark – Nitro. Do lado esquerdo temos o nome do fabricante e uma única marca de aceitação da Wehrmacht “águia/37”. Não fosse o elevado número de série e seu rompimento com o modelo anterior, essa subvariante nº 1 não merecia sequer classificação pelos colecionadores, vez que idêntica à variante nº 2. Foram fabricadas 30.000 unidades nestes padrões.

Percebam que o número de série continua do lado direito da pistola, assim como nas armas anteriores.

Subvariante 02

A modificação maior se inicia a partir dessa subvariante. Repare que nela o nome do fabricante JP. Sauer & Sohn, Suhl foi suprimido. Essa subvariante se inicia em meados de 1944. Tudo indica que a supressão do nome do fabricante se deu a requerimento da Wehrmatch. Sua produção, portanto, se inicia já próximo ao final da 2ª Guerra Mundial. Sua fabricação se deu entre os números de série 410.000 a 484.000. Nesse período as coisas não andavam bem para os alemães e, talvez, tenha sido esse o motivo que determinou a adoção da supressão do nome do fabricante. Essa subvariante, assim como na 4ª e última variante, teve invertido a posição do número de série, já que nas outras pistolas o número era estampado do lado direito da arma e, neste modelo, o número vem aplicado à face esquerda da arma abaixo da trava de segurança. À esquerda junto ao guarda-mato também temos a marca de prova “águia/37”. Do lado esquerdo da pistola não há nada além das duas marcas de teste “águia/N”, que indica o teste de capacidade de disparar carga máxima de pólvora, igual aos modelos anteriores. Foram feitas cerca de 30.000 pistolas desta subvariante.

Percebam que o número de série foi estampado abaixo da trava, do lado esquerdo da pistola, fato não ocorrido nos modelos anteriores.

A inversão de lado do número de série da pistola Sauer está presente na Variante nº 3 (mais precisamente na subvariante nº 2 dessa classe, entre os números de série 410.000 a 484.000), bem como na 4ª e última variante, além de estar presente nas pistolas feitas à polícia de Berlim, que será objeto de futuro estudo por parte do Armas Históricas.

4ª Variante do contrato com a Wehrmacht

Percebam a ausência da trava de segurança e a inversão do número de série para o lado esquerdo da pistola.

A última variante da pistola Sauer 38-H do contrato militar alemão tem sua produção iniciada em 1945. Foram fabricadas apenas 10.000 exemplares, o que torna essa variante rara para o mundo dos colecionadores militares.

Esses 10.000 exemplares são encontrados entre os números de série 484.001 a 506.527.

Assim, o colecionador deve se atentar para as características singulares da 4ª variante e observar se corresponde ao número de série, para evitar falsificações e saber adicionar o valor de mercado para esse tipo de pistola. Abaixo vemos um exemplar que corresponde à 4ª variante. Percebe-se que o número de série é superior a 500.00 o que demonstra a originalidade da peça visualizada.

Assim como a variante de nº 1, foram fabricadas apenas 10.000 exemplares, o que torna essa variante rara para o mundo dos colecionadores militares. Colecionadores sérios pagariam uma pequena fortuna por essas variantes (variante 01 e variante 04).

A última variante foi produzida no ano 1945. Neste período,  que também indicava maior proximidade com o término da 2ª Guerra Mundial, a fabricante simplificou ainda mais a produção da pistola 38-H, suprimindo, além do nome do fabricante, a trava de segurança da pistola, para, por óbvio, facilitar a produção em massa.

Ao lado vemos que a trava de segurança foi removida. O exemplar da pistola ao lado conta com número de série acima de 500.000.

A empresa manteve idêntica todas as marcas de prova e inspeção militar dos modelos anteriores (variante 02 e 03).

Percebam que nesta última variante a inscrição “cal. 7,65” ocupa o lado esquerdo igual nos modelos anteriores, sem contudo possuir trava de segurança. A inversão do lado da estampa do número de série foi mantida igual ao modelo da subvariante 02 da Variante nº 3.

Foram feitas cerca de 10.000 pistolas desta variante e foi a última a ser produzida pela JP Sauer & Sohn antes da ocupação da fábrica pelos aliados em 1945.

TABELA DA PRODUÇÃO TOTAL DA SAUER 38H NO PERÍODO DE GUERRA 

 

VARIANTES MILITARES
ANO DE PRODUÇÃO
NÚMERO DE SÉRIE INICIAL
SÉRIE FINAL
NÚMERO APROXIMADO DE VARIANTES ENCONTRADAS
Variação 01 1939 / 1940 271.456 273.082. 1.000

626

Variação 02 1940 / 1941 273.083 332.000 30.000

28.917

 

Variação 03

 

Subvariação 01

 

 

Subvariação 02

1942 /1943  

 

 

332.001

 

 

410.000

 

 

 

484.000

 

 

484.000

 

 

 

121.999

30.000

 

30.000

 

 

Variação 04

 

 

 

1944/1945

 

 

484.001

 

 

506.527

 

 

 

10.000

12.526

Total       235.059

Devemos ter em mente que durante a Segunda Guerra Mundial foram fabricadas pela JP. Sauer a quantidade aproximada de 235.059 unidades. Dentro do total apontado se integram as pistolas Sauer 38h destinadas a atender as necessidades da Polícia do Reich, as quais não foram objeto de detalhamento neste texto.

 

Considerações finais

Considerando seu avanço tecnológico para a época, sua larga utilização pelas forças alemãs na Segunda Grande Guerra, a pistola Sauer 38-H merece destaque e respeito dentre as armas históricas a serem preservadas.

Insta mencionar que o catálogo de armas de coleção da 2ª Região Militar no Estado de São Paulo já contempla essa pistola como item histórico e raro, dando a garantia de que colecionadores idôneos possam abrigar em seus respectivos acervos essa peça que, certamente, enriquece a própria sociedade.

Sem dúvida, se essa pistola pudesse falar nos deixariam arrepiados pela sua larga utilização em teatro de guerra, guarnecendo os coldres dos soldados alemães, sobretudo da Luftwaffe. Deixamos de abordar, neste texto, as pistolas de uso comercial e as de uso da Polícia Alemã, já que a empresa JP Sauer & Sohn também forneceu essas magníficas pistolas para essa categoria, que será objeto de futura análise.

Texto escrito por ARMAS HISTÓRICAS.

O fundador do site Armas Históricas é Advogado. Colecionador da 2ª RM. Estuda armas de fogo e artefatos militares e seu impacto e relevância para os dias atuais. Também é entusiasta e participa de encontro entre colecionadores do Brasil e exterior. Sócio da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo no Estado do Rio de Janeiro.


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